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Tsõ´rebtunã Ró hã

Projeto de Desenvolvimento Sustentável

TSÕ´REBTUNÃ RÓ HÃ: SALVE O CERRADO

A Associação Warã entende que o cerrado (Ró) é o ponto de partida para toda e qualquer intervenção na Terra Indígena Sangradouro, porque o Ró é a fonte primeira da vida. Com o projeto TSÕ´REBTUNÃ RÓ HÃ: SALVE O CERRADO, buscamos (1) garantir a gestão dos recursos naturais do cerrado pelos próprios Xavante, para (2) assegurar a sobrevivência física e cultural do povo, a partir de programas de ação auto-sustentáveis:

Velho divide a primeira colheita de abóboras. Foto Hiparidi D. Top'tiro
Velho divide a primeira colheita de abóboras.
Foto Hiparidi D. Top'tiro
Limpando a terra para plantar a roça "de toco". Foto Laércio Miranda
Limpando a terra para plantar a roça "de toco".
Foto Laércio Miranda

RESGATE DAS ROÇAS TRADICIONAIS (1996) - com impacto ambiental mínimo, as roças "de toco" voltaram a garantir qualidade na nutrição da comunidade da aldeia Idzô´uhu (Abelhinha). A Associação Warã contribuiu para o resgate das roças tradicionais através da obtenção de apoio para sementes e ferramentas.


Apicultores A´uwé capturam enxames no território de Sangradouro. Foto Laércio Miranda
Apicultores A´uwé capturam enxames no território de Sangradouro.
Foto Laércio Miranda
Casa do mel na aldeia Abelhinha. Foto: Claudete
Casa do mel na aldeia Abelhinha.
Foto: Claudete

APIÁRIO (1997) - A formação de apicultores Xavantes, a construção do apiário e da casa do mel na aldeia Idzô´uhu (Abelhinha) foram viabilizados através de parcerias entre Associação Warã, UNESP - Campus Jaboticabal, Fundação Phytoervas de Apoio ao Índio Brasileiro e FUNAI. Os enxames de abelhas indígenas e euro-africanas foram capturados no território. Atualmente a produção de mel abastece o consumo interno, com excedente para pequena comercialização.


Lixo inorgânico: longe do espaço coletivo. Foto: Xanda de Biase
Lixo inorgânico: longe do espaço coletivo.
Foto: Xanda de Biase

TRABALHO COMUNITÁRIO DE TRATAMENTO DO LIXO (1996) - O trabalho de separação do lixo inorgânico e aproveitamento do lixo orgânico, desenvolvido pela comunidade da aldeia Idzô´uhu (Abelhinha), foi introduzido por iniciativa da escola diferenciada; inicialmente os alunos da escola recolhiam e separavam o lixo, aos poucos a tarefa foi assumida por todos os moradores.


Cerrado desmatado no interior do território indígena, fazendeiros já haviam realizado a extração de raízes. Foto Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
Cerrado desmatado no interior do território indígena, fazendeiros já haviam realizado a extração de raízes.
Foto Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
Foto do satélite TM Landsat com detalhe das áreas desmatadas na Terra Indígena Sangradouro. Agradecimentos Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
Foto do satélite TM Landsat com detalhe das áreas desmatadas na Terra Indígena Sangradouro.
Agradecimentos Ariovaldo Umbelino de Oliveira.

DENUNCIA DE DESMATAMENTO NA TI SANGRADOURO (1999) A denuncia de desmatamento se deu devido ao arrendamento ilegal de terras no interior da TI Sangradouro. A Associação Warã solicitou ao Laboratório de Geografia Agraria da USP, representado pelo Prof. Dr Ariovaldo Umbelino de Oliveira, a elaboração de laudo de impacto ambiental e antropológico do desmatamento, o qual foi encaminhado ao Ministério Público Brasileiro. As fotos do satélite TM Landsat 225/71 de 17/06/99 comprovaram o desmatamento de uma área de 1.400 hectares no interior do território indígena. O processo de desmatamento foi interrompido e os responsáveis multados pelo IBAMA pouco tempo depois.


Nesta foto, do satélite TM Landsat 225/71 de 17/06/99, podemos observar que o Território de Sangradouro (em verde), é uma ilha de cerrado intacto em meio ao desmatamento (em rosa e roxo) praticado nas propriedades vizinhas. Agradecimentos Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
Nesta foto, do satélite TM Landsat 225/71 de 17/06/99, podemos observar que o Território de Sangradouro (em verde), é uma ilha de cerrado intacto em meio ao desmatamento (em rosa e roxo) praticado nas propriedades vizinhas.
Agradecimentos Ariovaldo Umbelino de Oliveira.
Primeiro folder da campanha "Salve o Cerrado".
Primeiro folder da campanha "Salve o Cerrado".

CAMPANHA "TSÕ´REBTUNÃ RÓ HÃ: SALVE O CERRADO PELA PRESERVAÇÃO DO CERRADO E DA CULTURA XAVANTE" (1999) - Com esta campanha, a Associação Warã buscou demonstrar a importância do cerrado para o povo Xavante e informar sobre a necessidade de preservação deste ecossistema. As fotos de satélite obtidas para o laudo de impacto antropológico e ambiental da TI Sangradouro, comprovaram ainda, que os fazendeiros vizinhos não estavam respeitando a lei 49.141 de 29/12/1967 (Art 7o Parag. Único), segundo a qual não se pode desmatar mais do que 80% das áreas para plantio no cerrado. O cerrado está entre os 10 ecossistemas ameaçados mais ricos em biodiversidade do mundo (estimada em 5% da fauna e flora mundiais). Foram organizados, em prol da causa, um abaixo assinado, uma exposição e dois eventos culturais, com palestras, projeção de audiovsiuais, shows de artistas convidados e apresentações da cultura Xavante.


Construção de galinheiro comunitário na aldeia Abelhinha. Foto Ariovaldo Umbelino de Oliveira
Construção de galinheiro comunitário na aldeia Abelhinha.
Foto Ariovaldo Umbelino de Oliveira
Criação de galinhas, solução à curto prazo para a nutrição das comunidades. Foto Ariovaldo Umbelino de Oliveira
Criação de galinhas, solução à curto prazo para a nutrição das comunidades.
Foto Ariovaldo Umbelino de Oliveira

CRIAÇÃO DE PEQUENOS ANIMAIS PLANTIO DE FRUTÍFERAS NO TERRITÓRIO ( A PARTIR DE 2000) - A implantação de galinheiros de gestão comunitária nas aldeias Abelhinha, Santa Glória e Santa Bertila , tem o objetivo garantir qualidade para a nutrição destas comunidades a curto prazo, pois há carência de proteína animal na alimentação, principalmente de crianças Xavante, em decorrência da escassez de caça. O plantio de frutíferas no território tem o mesmo objetivo, dado a diminuição das atividades de coleta tradicionalmente praticadas. A ação, que gradualmente será ampliada para as demais comunidades da TI, esta em desenvolvimento através do Laboratório de Geografia Agrária da FFLCH - USP representado pelo Prof. Dr Ariovaldo Umbelino de Oliveira, com apoio operacional da Associação Warã.


Práticas de cura com ervas do cerrado: saúde, meio ambiente e cultura estão integradas no Ró. Foto Laércio Miranda
Práticas de cura com ervas do cerrado: saúde, meio ambiente e cultura estão integradas no Ró.
Foto Laércio Miranda

LEVANTAMENTO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE EM 4 ALDEIAS NA TI SANGRADOURO (2001) - Os resultados das ações desenvolvidas pela Associação Warã na aldeia Abelhinha Idzô´uhu, nos ultimos 6 anos, foram apontados em um levantamento recente da situação de saúde no território. Em julho de 2001 a Dr Mariana Leal Ferreira, antropóloga médica da Universidade do Tennessee realizou, a convite da Associação Warã, um levantamento da situação de saúde em 4 aldeias na TI Sangradouro: Abelhinha (Idzô'uhu), Santa Bertila, Santa Glória e parcialmente na aldeia Sangradouro. A metodologia de pesquisa aplicada utiliza a presença do diabetes tipo 2 como um indicador: A ausência do diabetes indica bem-estar social, ou saúde entendida de maneira ampla e abrangente. A presença do diabetes, por outro lado, indica mal-estar social, ou falta de saúde. Os resultados demonstram que naquelas aldeias onde há maior autonomia na produção de alimentos, no gerenciamento dos recursos naturais e nos processos decisórios envolvendo programas de intervenção de agências ou instituições externas, como na aldeia Abelhinha (Idzô´uhu), há maior bem-estar social e, portanto, ausência de diabetes. Em contrapartida, naquelas aldeias, como a aldeia junto à missão de Sangradouro, onde os Xavante são dependentes dos missionários salesianos para tomar decisões sobre alimentação, atividades educativas e de saúde, manejo ambiental, entre outras coisas, há casos crônicos de diabetes e muitos outros casos emergentes ainda por aparecer.


Mata Ciliar na Terra Indígena Sangradouro. Foto Francisco Jr.
Mata Ciliar na Terra Indígena Sangradouro.
Foto Francisco Jr.
Área de cerrado próxima à Aldeia Abelhinha.
Área de cerrado próxima à Aldeia Abelhinha.

UM DIAGNÓSTICO ETNO-AMBIENTAL DA TI SANGRADOURO está sendo elaborado no primeiro semestre de 2002, com o apoio do FNMA (Fundo Nacional do Meio Ambiente - Ministério do Meio Ambiente); visando a avaliação das condições da fauna, flora e população do território e a elaboração de um Plano de Gestão Ambiental. As ações do projeto serão coordenadas pela Associação Warã e desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar de profissionais das áreas de geografia, antropologia e ecologia, em conjunto com os xavantes.